sábado, 31 de dezembro de 2011

Paixão Delinquente


              Amanhecera um dia formoso, estávamos no mês em que o sol atinge o ponto mais ao norte em sua trajetória pelo céu. Como de costume fiz meus afazeres da minha rotina entediante, mas mal sabia eu que naquele dia sobreviria algo que mudaria minha história. Navegando pela internet conheci o Matheus*, na verdade, nem foi na internet, nos conhecemos por trocas de sms via aparelho celular. Por inexplicável que pareça eu mandei primeiro, mas nem sabia o porquê estava mandando, parecia coisa dos Illuminatis. Passando-se dias fomos conversando, aquele jeito de falar sussurrando ao telefone, as suas palavras de carinho foram o bastante para apegar-me a ele. Chegando em casa, minha mãe estava assistindo ao Jornal Nacional e estava passando uma trágica reportagem de um maníaco que matava mulheres, pelo simples prazer de matar, o seu apelido era O Maníaco da Sorveteria – era chamado assim, por que ele chamava as mulheres para tomar um sorvete e na sorveteria dava seu golpe final – eu fiquei assustada, mas veio um alívio em saber que era um lugar longe da minha cidade, o maníaco era de Orangotanga, na hora fiquei perplexa, pois era a mesma cidade do Matheus, mas não importei-me, afinal, o delinquente só atacava mulheres. Liguei o computador e logo fui conversar com ele, senti-o meio tenso, mas continuava o mesmo garoto encantador de sempre.
              Meses iam passando e o caso do maníaco espalhava cada vez mais pelo o país, as mulheres da cidade de Orangotanga evitavam sair de casa por medo. Conversando com ele perguntei-o como andava as coisas em sua cidade, ele falou que estava um deserto, mas que ele não se importava, pois sabia que nada de ruim aconteceria com ele. Chegando o final do ano, resolvemos nos conhecer – quer dizer, ele insistiu –, fomos para uma cidade linda, que fica onde o sol bate mais forte e onde parece que puxam a lua para a cidade. Marcamos de ir à praia, eu como não sei nadar ele se ofereceu a entrar junto comigo, como confiava nele aceitei sem pensar duas vezes. Entramos – que água gelada – ele segurou minha mão e fomos mais a fundo e ele soltou meu braço. Naquela hora o desespero bateu em mim, e eu gritava-o e ele não aparecia, até que o desespero me fez aprender nadar e consegui ir até a areia. Quando cheguei lá, lá estava ele: quieto, parado e parecia estar surpreendentemente por eu ter saído de água viva. Olhei-o e perguntei por que ele não foi ao meu socorro, ele falou que tinha se perdido de mim na água e que estava indo procurar ajuda, fiquei meio entorpecida e na hora nem fiz questão de saber o tinha realmente acontecido. Fomos embora, ele foi para Orangotanga e eu voltei para minha cidade e mesmo assim, continuei apaixonada.
              Na tv não se passava outra coisa a não ser o caso do maníaco e que as frequências dos homicídios estavam diminuindo, parecia que o maníaco estava dando uma folga dos seus hábitos. No dia seguinte resolvi ir ao shopping, comprar algumas coisas para minha mãe e para mim, e do nada escuto a musiquinha do plantão da Rede Globo, todos da loja ficaram parados e os jornalistas estavam confirmando que a Polícia Federal havia identificado o suspeito de ser o maníaco e que acabara de prendê-lo, não vi mera importância para mim e sai. Tomando o meu café da manhã abri o jornal e eu não acreditei no que tinha acabado de ver, era a foto dele e dizendo: “O suspeito de ser o Maníaco da Sorveteria foi preso”, levei um susto e custei acreditar que o homem que eu gostava era na verdade um assassino em série.
              No mesmo dia, peguei um avião e fui direto a Orangotanga, mas havia chegado tarde demais, ele já estava em um presídio na cidade vizinha e fui visita-lo, chegando lá, pedi para vê-lo e conversamos. Ele me disse que estava arrependido de tudo que tinha havido feito, e perguntei-o se naquele dia ele tinha tentado me matar, ele disse que não, que na verdade ele tinha se perdido de mim mesmo e que desde que me viu ele estava disposto a parar tudo o que ele estava fazendo, que ele tinha se tocado que a vida dele era ao meu lado – ain que lindo –, mas que tinha percebido que era tarde demais e que ele precisava prestar contas com a sociedade. Eu não poderia deixa-lo naquela circunstância, fiquei horas pensando em uma solução até que ela veio, mas eu sabia que não poderia fazer aquilo, por eu não estaria sendo eu mesma. Mas o meu amor falava mais alto. Decidi colocar meu plano em ação, peguei um par de luvas, arranjei uma barba postiça, comprei uma arma – não foi muito difícil – arrumei um boné e comprei trajes de motoqueiro, e assim, comecei a colocar meu plano em prática. Entrei na internet, procurei uma menina vulnerável para executar meu plano e chamei-a para sair, ela aceitou. Nos encontramos em uma sorveteria, de lá fomos até um parque vazio e a agredi – não foi muito legal, mas naquela hora só me vinha ele na cabeça – prendi ela em uma árvore e por um momento pensei em mata-la, mas eu não seria capaz disso, soltei-a e mandei ela avisar as autoridades da cidade que o Maníaco da Sorveteria continuava a solta. Ela saiu correndo desesperadamente e ali naquele momento a minha razão agradecia por ele estar longe, mas não era o que meu coração queria. Queimei tudo, voltei para casa um pouco espantada e sem acreditar que tinha feito aquilo por alguém que talvez nem merecesse.
              Amanheceu e a primeira notícia do dia era que o Maníaco da Sorveria tinha feito mais uma vítima e que por sorte ela saiu viva para dar o testemunho. Como o Matheus* não tinha sido pego em flagrante e era apenas um suspeito, três dias depois foi solto e eu estava lá, o esperando. Quando ele me viu, nem sabia o que falar e me pediu uma explicação e contei tudo o que eu havia feito, ele custou acreditar e disse que eu tinha demonstrado confiança nele e acima de tudo amor! No caminho para casa ele resolveu parar em uma sorveteria, eu como sempre pedi Chocolate Branco e ele de Flocos e saímos. Para onde? Só descobri quando cheguei lá.

Mands Gama
31 de Dezembro de 2011

sábado, 24 de dezembro de 2011


Para mim respeito tem que ser algo mútuo, por que eu não vou respeitar quem me desrespeita e espero que quem eu não respeito não tenham respeito para comigo. Então, se você não me respeita ou acha que eu não te respeito, pode se sentir à vontade de rescindir os vínculos que tem comigo, por que eu não estou nem um pouco importando-me para isso e se você dissimula que me respeita, dissimule muito bem, ao ponto de eu nunca descobrir que é uma farsa.

Mands Gama

sábado, 17 de dezembro de 2011

Quando falecermos...


Já se perguntaram ou pensaram quantas pessoas vão ao seu velório? Talvez algumas pessoas vão por se sentirem obrigadas pelo o simples fato de serem parentes para não serem maus vistos pela família ao todo – sim, alguns ainda devem se preocupar com isso – ou quantas pessoas sentirão sua falta no trabalho, na faculdade, na escola... Talvez alguns até comentem "nossa, ele (a) nem veio mais", mas nem farão o mínimo esforço de saber o que houve... Ou quantas pessoas sentirão sua falta na internet por que você não entra mais no msn, no Orkut, face e etc., às vezes eu sumo por uns dias e parece que nem sumi, ninguém faz questão de mandar um sms para o meu celular perguntando se estou bem. No meu velório eu vejo apenas 3 pessoas indo por que me amam mesmo, minha mãe, minha irmã e meu cunhado, e em pensar nisso eu percebi o quanto sou inútil, que eu partirei sem ter feito amigos de verdade, sem ter deixado laços, sem ter deixado boas lembranças, nem mesmo para quem eu tentei deixar... Desculpem pelo post, sei lá, eu só me peguei pensando nisso e decidi compartilhar com “vocês”, ah, e eu também quero que só vá gente que eu goste mesmo, que se foda o resto, rs.

11 de Dezembro de 2011

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ele, Brasília & Eu


                Com o passar dos dias, ficava cada vez mais apreensiva para sua chegada, na verdade eu não compreendia o porquê, só sabia que ao pensar nele ao meu lado meus ossos estremeciam e me dava calafrios na barriga. Conversa vai e conversa vem, tanto por telefone como em redes sociais e já podia ver meus olhos brilhando quando eu o visse carregando malas e vindo ao encontro de um abraço meu. Até que chegara o dia de encontra-lo, não consegui dormir, fiquei sentada na calçada de casa vendo a lua e contando as estrelas – sei que dizem que cria verrugas, mas no momento não era minha preocupação – olhei o relógio e sabia que ele tinha acabado de pegar o voo, coração saltitava, parecia que queria sair pela boca, por que meu corpo era pequeno pra tanta alegria.
                Olhava no relógio e só havia se passado três minutos e sete – oito – nove – dez segundos. Não podia ser, a menos que o relógio – não, o tempo! – tivesse parado naquele momento, simplesmente esquecido de passar. Vi o céu alaranjado, Brasília ansiosamente aguardava a chegada do sol e eu aguardava a sua, e finalmente chagara a hora de me arrumar para ir busca-lo. Apreensiva, fui correndo tomar banho, arrumei meu cabelo e saí de casa. Quando cheguei à esquina, tinha percebido que havia esquecido o guarda-chuva – não se fazia um dia muito bonito, estava trovejando e o céu todo nublado – tive que voltar em casa, peguei o guarda-chuva e sai novamente. Chegando à parada de ônibus esperei apenas 3 minutos – finalmente parecia que a sorte estava ao nosso lado, afinal, ônibus aqui é complicado – no caminho namorava a arte Bauhaus de Brasília, conseguia ver o concreto e a natureza em sintonia, coisas diferentes, mas que se completavam e esperava que conosco ocorresse o mesmo.
                Cheguei ao aeroporto, sentei em uma cadeira perto da área de desembarque e de tanto nervosismo não conseguia parar de mexer as pernas e nem de parar de morder a boca, mais do que nunca eu sentia uma mistura de sentimentos: amor, nervosismo, vergonha, medo e acima de tudo alegria, uma sensação que eu nunca havia sentindo antes. E vi, e vi-o de longe, com um olhar meio perdido e sabia que o seu olhar procurava o meu, e mesmo assim, fiquei lhe admirando um pouco mais, admirando que eu era o que ele procurava, enxuguei os olhos – é, eu estava chorando, talvez de emoção, sei lá... E não queria que ele me visse assim – e fui ao seu encontro, parei diante dele e eu não sabia o que fazer e acho que nem ele. Ficamos nos olhando por alguns segundos e foram os segundos mais mágicos da minha vida, e não resisti, o abracei, e parecia que minha boca já sabia o caminho da sua, o beijei sem mesmo saber o que eu estava fazendo, e pude ver o sorriso saindo de seus lábios, fiquei sem graça, achei que ele tinha me achado atirada demais, mas na verdade ele não riu por isso... Saindo do aeroporto minha meta era o fazer conhecer Brasília, conhecer quem me acolheu nesses meus 18 anos de vida e que me deu amor e carinho do seu jeito, parecia que Brasília estava tão feliz quanto eu por ele estar ali, parecia que ela tinha limpado o céu com as mãos e posto o sol no seu devido lugar, apresentei-o para o Plano Piloto e percebi que a amizade dele com Brasília não foi de cara, tive que me sentir satisfeita.
                Ele não era um cara muito religioso, mas queria conhecer primeiramente a Catedral, nós fomos e contei que a Catedral é o desenho das mãos de uma pessoa orando para Deus, e ele soltou: ou são nossas mãos juntas ao meio do cerrado. Não foi muito romântico, mas ri e com o coração derretido. Apresentei-o ao Congresso Nacional e a Praça dos Três Poderes, subindo de volta à rodoviária ele viu o Museu Nacional e se encantou, na verdade eu nem sei o porquê, talvez por que era simples e ao mesmo tempo complexo, igualmente ele. Nem fomos para casa, o tempo era curto, mas independente do lugar a intenção era aproveitarmos um ao outro. Fomos ao Pontão do Lago Sul, apresentei-o ao lago e o belo pôr-do-sol no céu do Cerrado, ele achou lindo e conseguia ver em seus olhos que ele sentia agradecido por estar ali, comigo e com Brasília.
                Ao contrário do início do dia, as horas passavam rapidamente – horas viravam minutos e minutos viravam segundos – era uma tortura, cada abraço, cada beijo parecia ser o último e era aproveitado de uma forma sem igual, um melhor do que outro. Quando ele tinha que partir, fiz questão de passarmos pela Esplanada novamente, ver Brasília e suas luzes que fulge o caminho de muita gente, e no meio da Esplanada, naquela grama verde fechei os olhos e pude escutar Brasília dizer para ele: desculpa se eu não te dou tudo o que você deseja. Desculpada”, eu escutei baixinho vindo da boca dele. Senti ali que Brasília amava nós dois, e ele amava nós duas. Na hora do adeus, não resisti, chorei e ele viu. Com os olhos também marejados ele olhou pra mim, segurou minha nuca e disse que voltaria, olhei para ele e confiei em sua palavra, ele me deu o último beijo do dia, talvez da semana, do mês, do ano ou até talvez da vida, não se sabe, eu só sei que foi apenas um dia, mas foi o dia mais feliz da minha vida! Voltei para a casa com um olhar triste e Brasília logo percebeu e chorou junto comigo – o tempo fechou e começou a chover – ela me conhece, sabe das minhas dores e das minhas alegrias.
                Cheguei em casa e logo adormeci. Acordei com ele me ligando e perguntando se tudo estava bem, falei que sim e que tinha tido um sonho estranho com ele, e ele me perguntou estranho até que ponto, e falei que até o ponto de me sentir feliz por saber que ele existe.

08 de Dezembro de 2011
Mands Gama

Anseio Por Você


Venha dizer o que eu quero escutar
Trazer-me o sol, o céu e o mar
Aquecer o meu corpo
E tirar-me desse sufoco

Da nostalgia que me entrego eu quero sair
E pra isso ocorrer preciso de você aqui
Traga na sua mala uma composição
E juntos vamos formar uma linda canção

Quero te tocar e sentir o teu lábio
Sustenta-lo como se eu fosse um candelabro
Lança-lo no meu mais apertado abraço
E pode tirar assim o seu cansaço

Ficará quente a noite mais congelante
É a sensação de sentir a sua respiração ofegante
Quero escutar frases no meu ouvido
E por minha presença, senti-lo agradecido

Agarra-me forte e tire o meu sossego
Deixa eu sentir esse menino labrego
Com minhas mãos quero te dar carinho
E nunca mais quero que se sinta sozinho

Beije-me, abraça-me, toque-me
Com essa explosão de prazer venha e choque-me
Me ame como se fosse a última noite
E tire de mim essa dor pior do que um açoite!

Mands Gama
30/09/2011

O Ápice do Ato Sexual


Sinto você em meu corpo como uma tatuagem
Para tê-lo grudado em mim tive que ter muita coragem
E na hora do mais selvagem e sutil sexo
Quero ver no espelho o nosso reflexo

Beije minha nunca e deixe-me arrepiada
Puxe meus cabelos e diga que me deseja e mais nada
Deixe eu encostar minha língua na tua
E com o braço direito deixe-me nua

Vamos nos enrolar nos lençóis de seda
Deixe expandir a nossa labareda
Posso sentir o seu corpo quente
Não se exalte, o prazer está fluente

E no meio da madrugada ainda estamos a nos amar
Você tem a capacidade de me deixar sem ar
Minhas pernas tremem
Amolecem, se agridem, fremem

O suor está a surgir em nosso corpo
Já te mencionei que és o meu conforto?
Não, não pare
Estou lhe pedindo que dispare

As minhas forças estão acabando
Como é bom estar lhe amando
Me abrace, vamos tomar um banho?
Ah, o meu dia já está ganho!

Mands Gama
11/11/2011

Contigo eu tenho mais do que apenas um plano
São coisas que não dariam para fazer
Nem mesmo em um ano
Ir no subway contigo é mais do que aposta
Por eu ter errado aquela resposta
É uma obrigação
Assistir Chaves contigo é mais do que um querer
Mais que uma diversão
Conto dias e horas para contigo eu ver
Comeremos pizza de frango
Dividiremos uma caixa de morango (HUAHUAHUHAUAHUAHUAHUAHUAH)
E tudo ficará caliente como uma dança de tango
Contigo o dia verei amanhecendo
Verei anoitecendo
Contaremos as estrelas do céu
E ganhará o meu beijo como um troféu (soufoda, ding, ding, ding)
Cantaremos e danceremos no meio da rua
Rua que é minha e que é sua
A noite estará fria e crua
Escutaremos o barulho do mar
Sentiremos o vento em nossos corpos
E a noite tu ficará com medo e meu abraço pedirá
Tocarei best of you no violão
Com seu carioquês você cantará
E não vou parar de te olhar então
Não poderemos esquecer do abraço apertado
O abraço que é mais do que esperado
Que eu sou foda e sinistra você dirá
Eu sorrirei, e direi: "Pare de me arroizar"
E tem milhares de outras coisas que só eu sei
Que se não acontecer pra mim guardarei
Agora chega, eu cansei!
Por isso não quero ser apenas um horário de verão
Um hora contigo é pouco
Para tudo isso em questão!

*Poema besta e idiota, mas foi feito de coração!

Mands Gama
02/11/2011